Como as alterações hormonais e os medicamentos interferem no desejo sexual

iStock/Getty Images

Uma coisa que é muito clara, é o quanto o desejo sexual da mulher oscila. E um ponto importante que gostaria de destacar é que essa situação pode ocorrer em várias fases da vida, e  nem sempre é uma questão psicológica ou apenas do relacionamento.

Embora o início da investigação seja direcionada ao ritmo de vida e aos hábitos do casal, é importante entender que em alguns casos específicos podemos ter interferências além da vontade da mulher. Hoje vou falar com você sobre alterações hormonais e medicações que podem estar influenciando no seu desejo sexual.

Excesso ou diminuição de hormônios podem causar sérios danos ao organismo e à vida da paciente se não for tratado. Dentre os mais comuns temos: hipotireidismo, menopausa, puerpério, alterações na progesterona,  testosterona, prolactina, entre outros. Nesses casos, é muito importante manter a rotina ginecológica anual em dia para que qualquer alteração seja identificada bem no início e seja logo tratada.

Já quando falamos de medicamentos, alguns dos principais responsáveis por interferir no desejo sexual são os anticoncepcionais e os antidepressivos. Ainda entram na lista anti-hipertensivos, anticonvulsivantes, anti-histamínicos (ou antialérgicos), ansiolíticos e antipsicóticos.

É muito importante enfatizar que não é normal viver com prejuízos na vida sexual devido ao uso de medicamentos. Se você já tem algum problema sexual, deve conversar com o médico sobre isso mesmo antes de iniciar o uso de qualquer medicamento de uso contínuo. Caso você não tenha nenhuma queixa sexual e percebe que sua vida sexual piorou após o início do uso do medicamento,  isso deve ser relatado ao seu médico pois pode ser tratar de um efeito colateral. Se isso ocorrer, você deve saber que nem todos os medicamentos poderão ser modificados, e em alguns casos será necessário um acompanhamento com terapia sexual para poder contornar esse efeito.

Não tenha vergonha de abordar a queixa de diminuição do desejo sexual na consulta, isso não é um constrangimento para nenhuma das partes.

O seu médico é a melhor pessoa para te ajudar a melhorar sua qualidade de vida. Então não tenha vergonha, pergunte, questione, cite tudo que está acontecendo de diferente, mesmo que na sua cabeça não faça sentido ou seja uma informação irrelevante.

Thaís França de Araújo
Ginecologista e Sexóloga
CRM: 55890/RQE:36540/RQE:52052

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